sexta-feira, 23 de março de 2018

Processo criativo


    Você já se perguntou qual é a questão mais difícil na arte? Se você pensou em técnicas e ou fundamentos, você errou, pois o que assola muitos artistas é a questão: “O que vou desenhar?” e “Como vou desenhar?”. Acredito que o artista de forma inconsciente trabalha em uma maneira de traduzir as suas ideias através das técnicas e fundamentos que já aprendera, ou seja, ele deve encontrar uma resposta plástica para a sua ideia.


    Hoje em dia muitos desenhistas retratam seus gostos por filmes, animes, séries e até grupos musicais. Mas dificilmente vejo uma ilustração de conotação mais intima. Às vezes ficam sem ideias, mas para se ter ideias é necessário obviamente pensar, muitos ignoram esse simples parâmetro por incrível que pareça. Recursos de livros de artes conceituais de filmes e animações, páginas do “facebook” e principalmente o “pinterest” tem se tornado a fonte de repetições e não de ideias e referência. O mecanismo de ferramenta se torna a própria obra, isso de fato é ilícito artisticamente. Assim como os programas da adobe voltados para os trabalhos gráficos, estes devem ser usados como ferramentas pelo artista, designer, editor etc...


    De primeira é necessário se perguntar: “O que me interessa?” “O que me preocupa atualmente?” “O que me aborrece?” “O que me deixa feliz?” São questões intimistas que transcende o lado da estética de uma obra. Ela não é só bonita mas há algo de sentimento humano ali, um ponto de vista, que o espectador pode concordar ou não. Mas o que a faz ser uma obra de arte é justamente a união do tema com a estética, ou seja a “forma” dela, a forma que é importante. Por exemplo: Um quadro que tem o tema de um assassinato, obviamente você não concorda com o tema do quadro, mas a forma, a representação foi tão fiel e detalhista que chega a ser belo. O artista pode escolher pintar, escrever, cantar ou desenhar um tema que o abomine a si mesmo. No caso do nosso exemplo o autor pode ter pintado o quadro, mas não quer dizer que ele concorda com o tema. Vale lembrar que classificar sua obra é algo que deve ser feito, seria muito errado e imoral da parte de um artista dispor uma obra de teor pesado e agressivo para um público infantil, isso é impensável e não pode ser feito.



    É importante escrever, desenhar, pintar ou compor aquilo que você detém conhecimento, tudo que faz parte da sua realidade. Caso queira falar sobre algo diferente então é necessário estudar sobre o assunto e de fontes confiáveis. Esclarecendo que não é errado desenhar seus personagens queridos, mas que também seria bom ceder um espaço para temas de suas emoções e ideias originais. Com certeza irá passar pela formação de ideias (onde você irá ter a sua ideia inicial. Irá fazer inúmeros esboços sobre conceitos pro e contra a ideia inicial, essa mesclarem quase que um “brainstorming” resultara em uma nova mais lapidada conceitualmente.), Materialização (Aqui a ideia já começa a ser construída visualmente! O verdadeiro mão da massa.), reinterpretação (você já interpretou a sua obra ao desenha-la, pinta-la, compô-la ou escreve-la. A reinterpretação se dá aos olhos do espectador, a peça final de uma obra para estar completa é o conceito final que o espectador irá ter sobre o seu trabalho. É justo dizer que o espectador é importantíssimo, pois do que vale uma música se ninguém a escuta, um livro se ninguém o lê, de um desenho que ninguém o vê?) essas etapas serão inevitáveis no processo de sua obra.



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